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UNESCO Asia and Pacific Regional Bureau for Education
As designações utilizadas e a apresentação do material ao longo da publicação não implicam, de modo
algum, a expressão de qualquer opinião por parte da UNESCO sobre o estatuto jurídico de qualquer
país, território, cidade ou área ou das suas autoridades ou sobre as suas fronteiras ou limites.
Texto traduzido do Inglês pela aluna Sophie Bento
([email protected]) do Curso de Tradução e Interpretação Multimédia – Universidade do
Revisão da tradução de Ana Maria Benard da Costa, Dinah Mendonça e José Vaz Pinto
Associação Cidadãos do Mundo - Portugal
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Educar crianças de origens e capacidades diferentes continua a ser um grande desafio na região da Ásia-Pacífico.1 Em Abril de 2000, o Fórum Mundial de Educação, realizado em Dakar, no Senegal, fez disso o seu segundo objectivo: “garantir que, em 2015, todas as crianças, principalmente raparigas, crianças em dificuldade e as oriundas de minorias étnicas, tenham acesso ao ensino primário obrigatório e público de boa qualidade.” Atingir este objectivo significa aumentar a assiduidade e as taxas de conclusão escolares; acabar com os preconceitos nas escolas, nos sistemas de educação nacional e nos currículos; e acabar com a discriminação social e cultural que limita os pedidos de escolarização para as crianças de origens e capacidades diferentes.
A desigualdade na educação continua a ser um motivo de preocupação para todos os países, visto que a discriminação intervém constantemente nos sistemas escolares e educativos. Para colmatar esta lacuna, é importante sensibilizar os professores e os directores sobre a importância da educação inclusiva. Também é fundamental fornecer-lhes ferramentas úteis para analisar as situações e garantir que todas as crianças estejam presentes e aprendam de acordo com a sua máxima capacidade, assim como garantir a igualdade na sala de aula, o material pedagógico, processos de ensino/aprendizagem, políticas da escola e acompanhamento dos resultados da aprendizagem.
Este Guia de Ferramentas aceita este desafio e aborda uma perspectiva prática e holística sobre como as escolas e as aulas se podem tornar mais inclusivas e amigas da aprendizagem. Baseia-se na experiência adquirida ao longo dos anos e nas estratégias e ferramentas desenvolvidas por várias organizações e por pessoas que se empenham na educação inclusiva e, mais recentemente, na concepção de escolas amigas das crianças. Este Guia de
1 Embora o Projecto “REDE INCLUSÃO” tenha como alvo principal os países de língua oficial portuguesa consideramos que esta obra, elaborada essencialmente para a região da Ásia-Pacífico, se adequa à situação dos países acima referidos.
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Ferramentas é fácil de usar e é uma fonte de inspiração para os professores que trabalham cada vez mais com turmas diversificadas. Espero que os Manuais de Apoio que aqui vai encontrar sejam úteis para criar e conseguir ambientes inclusivos e amigos da aprendizagem com a plena participação dos educadores, alunos, pais e membros da comunidade.
Director, UNESCO Asia and Pacific Regional Bureau for Education
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A preparação deste Guia de Ferramentas foi muito participada e reuniu muitos especialistas na área da educação, professores, especialistas e outros, dentro e fora da região Asiática. Os nomes destas pessoas encontram-se na lista abaixo mencionada e desejaríamos agradecer a todos pelas suas contribuições. Cada entrada e comentário foi meticulosamente tido em conta e contribuiu para o seu enriquecimento.
Além disso, The Life Skills Development Foundation em Chiang Mai, na Tailândia; a
UNICEF Office para as Filipinas, em Manila; e a UNICEF Islamabad/Baluchistão co-organizaram workshops com professores para recolher opiniões sobre este Guia e sobre cada um dos seus Manuais de Apoio e as suas ferramentas. Pensámos que esta cooperação entre agências foi muito frutífera e esperamos dar continuidade a este processo de divulgação. (…)
Também usámos ideias e ferramentas de várias fontes, das quais, as mais
Child-to-Child: A Resource Book. Part 2: The Child-to-Child Activity Sheets, por Baily D, Hawes H e Bonati B (1994) e publicado por The Child-to-Child Trust, Londres.
FRESH: A Comprehensive School Health Approach to Achieve EFA. UNESCO (2002) Paris.
Acção Local: Creating Health Promoting Schools. Organização Mundial da Saúde (2000) Genebra. Os recursos também valiosos foram os documentos das Séries de Informações da OMS sobre a Saúde Escolar lidando com a prevenção da violência, nutrição saudável e impedindo a descriminação do VIH/SIDA.
Renovating the Teaching of Health in Multigrade Primary Schools: Um Guia dos Professores para a Saúde em Ciências Sociais e Naturais (Grau 1,2,3) e Ciências (Grau 5), por Son V, Pridmore P, Nga B, My D e Kick P (2002) e publicado pelo Conselho Britânico e pelo National Institute of Educational Sciences, Hanói, Vietname.
Understanding and Responding to Children’s Needs in Inclusive Classrooms. UNESCO (2001) Paris.
Websites da UNICEF sobre Competências para a Vida assim como Teachers Talking About Learning, Nova York. Acessível através de http://www.unicef.org
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Gostaríamos de agradecer aos autores das fontes acima mencionadas e convidamos
os leitores deste Guia de Ferramentas a utilizá-las.
Além dos programas regulares de fundos da UNESCO, Japanese Funds In Trust, os
fundos escandinavos também apoiaram o desenvolvimento deste Guia de Ferramentas. Valorizamos sinceramente esta ajuda e os benefícios que trará às crianças dentro e fora da região asiática.
Finalmente, um especial agradecimento a Ray Harris, Dr. Shirley Miske e George
Attig, os autores dos seis Manuais de Apoio. Por sua parte, George Attig participou neste trabalho logo no início da concepção da ideia até à entrega do manuscrito para impressão. Houve altos e baixos durante o processo, mas acabou por se transformar num projecto Muito obrigado por isso! Vibeke Jensen, especialista do programa na UNESCO em Bangkok, coordenou o projecto e lidou admiravelmente com os vários desafios para a sua conclusão.
Na lista indicada abaixo encontrará os nomes das pessoas que contribuíram com o
seu valioso tempo e discernimento para completar este Guia de Ferramentas. Se nos esquecemos inadvertidamente de alguém, aceitem as nossas sinceras desculpas e a nossa maior gratidão pela valiosa ajuda.
Camboja China França Índia Indonésia Laos Paquistão Filipinas Tailândia Estados Unidos da América Reino Unido Vietname
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Revisores do Guia de Ferramentas Teresa Abiera
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Um ambiente inclusivo e amigo da aprendizagem (AIFA) acolhe, promove e educa todas as crianças independentemente do sexo, das características físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Podem ser crianças com deficiências ou sobredotadas, crianças da rua ou crianças que trabalham, crianças de populações remotas ou nómadas, crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais e crianças de áreas ou grupos desfavorecidos ou marginais.
QUEM PODE UTILIZAR ESTE GUIA DE FERRAMENTAS?
Este Guia de Ferramentas foi escrito especialmente para SI! Pode ser professor numa escola pré-primária, primária, secundária; director de escola, aluno inscrito numa instituição de formação de professores ou instrutores; ou apenas alguém que deseja melhorar o acesso ao ensino e à aprendizagem de crianças que, habitualmente, não frequentam a escola, tais como crianças de origens e capacidades diferentes. Este Guia de Ferramentas será particularmente valioso para os professores que trabalham em escolas que começam a tornar-se ambientes centrados nas crianças e mais amigos da aprendizagem possivelmente devido a reformas introduzidas pelo Ministério da Educação, por uma organização não-governamental (ONG) ou outro projecto.
Um conceito importante que todos temos de aceitar é que “Todas as Crianças são
Diferentes”, e todas têm o mesmo direito à educação, independentemente da sua origem ou capacidade. Muitas das nossas escolas e sistemas de ensino estão a desenvolver uma “educação inclusiva” onde se procuram e incentivam crianças de origens e capacidades diferentes a frequentar escolas regulares. Por um lado, o facto de frequentar a escola aumenta as oportunidades de aprendizagem destas crianças porque são capazes de interagir com outras crianças. Melhorar a aprendizagem também promove a sua participação na vida familiar e na comunidade. Por outro lado, as crianças com quem interagem também são beneficiadas. Aprendem a respeitar e a valorizar as capacidades de cada um, independentemente de quem são, assim como aprendem a serem pacientes, tolerantes e compreensivas. Conseguem aperceber-se de que cada pessoa é “especial”, aceitam a diversidade e a valorizam-na.
Para nós, professores, aceitar essa diversidade dos nossos alunos não é tarefa
fácil. Alguns de nós podemos ter turmas grandes e sentir-nos logo sobrecarregados. Incluir crianças de origens e capacidades diferentes nas nossas turmas significa, muitas vezes, mais trabalho, mas não tem de ser assim. Temos de conseguir gerir os pontos fortes e os pontos fracos das crianças, organizar as aulas neste sentido, usar estratégias pedagógicas e adaptar o nosso currículo para enquadrar as capacidades e a origem de cada criança, e,
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mais importante, saber como mobilizar os nossos colegas, os pais, os membros da comunidade e outros profissionais para nos ajudarem a proporcionar uma educação de boa qualidade para todas as crianças.
Este Guia de Ferramentas foi concebido para o ajudar a fazer tudo isto! Proporciona-lhe ferramentas úteis para transformar as escolas e as salas de aulas em locais de aprendizagem mais acolhedores e animados para TODAS as crianças e professores; lugares que não sejam apenas amigos das crianças, mas também dos professores, dos pais e da comunidade. Este Guia de Ferramentas contém um conjunto de materiais que pode utilizar pensando na sua própria situação, ou então, começar a utilizar algumas das ferramentas que se têm mostrado bem sucedidas noutros países, ou dando ideias sobre actividades similares que pode realizar. Todos os Manuais de Apoio neste Guia de Ferramentas apresentam ideias que pode experimentar e convidam-no, também, a reflectir sobre estas ideias, discuti-las com outras pessoas e, juntamente com todos os alunos da sua comunidade, criar um ambiente único, dinâmico, inclusivo e amigo da aprendizagem.
No entanto, este Guia de Ferramentas não é um manual definitivo e não terá as
respostas para todos os problemas que enfrentará. Para o ajudar tanto quanto possível, no fim de cada Manual de Apoio encontrará uma lista de outros recursos que podem ser valiosos. Porém, lembre-se de que criar um ambiente inclusivo e amigo da aprendizagem é um processo, uma viagem. Não existem caminhos estabelecidos ou soluções “rápidas”.
É, em grande parte, um processo de auto-descoberta. É preciso tempo para
construir este tipo de ambiente. Mas dado que “uma longa viagem começa com um único passo”, este Guia de Ferramentas ajudá-lo-á a dar o primeiro, em seguida o segundo, terceiro, quarto, etc. Tendo em conta que você e os seus alunos estarão sempre a aprender coisas novas, esta viagem nunca estará concluída. Para além do mais, será um desafio permanente e um motivo de satisfação duradouro para os alunos, professores, directores, professores de educação especial, pais e comunidade.
COMO PODE USAR ESTE GUIA DE FERRAMENTAS?
Este Guia de Ferramentas contém seis Manuais de Apoio, cada um deles com ferramentas e actividades que pode fazer você mesmo (auto-estudo) para começar a criar um ambiente inclusivo e amigo da aprendizagem. Algumas destas actividades exigem uma reflexão (pensar) sobre o que você e a sua escola fazem em termos de criação de um AIFA, enquanto outras guiam-no activamente para melhorar as suas capacidades como professor numa sala de aula diversificada. Pode querer experimentar primeiro estas actividades individuais a fim de se familiarizar com o que é um AIFA, como pode ser criado na sala de aula, na escola e os seus benefícios.
Porque criar um AIFA requer um trabalho de equipa, existem também ferramentas
e actividades que pode experimentar com os seus colegas e supervisores, com os seus
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alunos, assim como, com as famílias e as comunidades dos seus alunos. Estas actividades servirão para o ajudar a manter as alterações principiais na sala de aula e na escola, para que continuem a ser inclusivas e amigas da aprendizagem.
Os seis Manuais de Apoio deste Guia de Ferramentas podem ser usados de duas
formas diferentes. Para aquelas escolas que já estão a desenvolver um ambiente inclusivo e amigo da aprendizagem, tais como as que trabalham para se tornar “Escolas Amigas da Aprendizagem”, pode querer escolher um Manual ou os Manuais de Apoio para o ajudar em particular, a trabalhar com famílias ou comunidades, ou gerir uma turma diversificada. Para as escolas que estão ainda a iniciar o processo para se tornarem inclusivas e amigas da aprendizagem, pode querer trabalhar com cada um dos Manuais de Apoio, começando pelo Manual de Apoio 1 até o Manual de Apoio 6. O Guia de Ferramentas foi concebido para o ajudar com cada um dos passos a dar, porque cada Manual de Apoio completa o anterior.
Além disso, o termo “escola” é usado ao lo6ngo deste Guia de Ferramentas para
referir qualquer ambiente de aprendizagem formal ou informal onde a pré-escola, a escola primária ou secundária se incluem. Na verdade, neste Guia de Ferramentas o termo “escola” é amplamente usado para incluir diversos tipos de estabelecimentos de ensino. Estes ambientes podem ser uma escola formal ou até mesmo uma aula informal dada à sombra das árvores. Consequentemente, pode usar este Guia de Ferramentas se for professor ou se for simplesmente alguém que ajuda crianças de origens e capacidades diferentes a aprender em situações informais (tais como aulas para crianças de rua).
Com este Guia de Ferramentas aprenderá o que é um “ambiente inclusivo e amigo da aprendizagem” e como a sua turma e escola podem criar um ambiente deste tipo (Manual de Apoio 1).
Aprenderá também a importância da família e da comunidade para todo o processo
de criação e manutenção de um ambiente inclusivo e amigo da aprendizagem, assim como, a forma de cativar os pais e os membros da comunidade para a escola e como motivar as crianças na comunidade. (Manual de Apoio 2)
Verificará que existem barreiras que impedem e não ajudam TODAS as crianças na
escola, e irá aprender a identificar as que não a frequentam e a lidar com as barreiras à sua inclusão. (Manual de Apoio 3).
Saberá como criar uma turma inclusiva e a importância de se tornar inclusiva e
amiga da aprendizagem para a conclusão escolar das crianças, como lidar com o grande número crianças diferentes ao dar uma aula e como tornar a aprendizagem significativa para todos. (Manual de Apoio 4)
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Aprenderá a gerir uma turma inclusiva incluindo os planos de ensino e de
aprendizagem, aumentar os recursos disponíveis, gerir grupos de trabalho e aprendizagem cooperativa, assim como, a avaliar a aprendizagem dos alunos. (Manual de Apoio 5)
Finalmente, terá acesso a várias maneiras de tornar a sua escola saudável e
protectora para TODAS as crianças e, em especial, as crianças de origens e capacidades diferentes que são mais propensas às doenças, à subnutrição ou a serem vítimas. (Manual de Apoio 6)
Professores e profissionais de todo o mundo ajudaram a desenvolver este Guia de Ferramentas. Fazem parte deste grupo, aqueles que estiveram directamente empenhados em quatro workshops regionais e partilharam ferramentas e ideias para escolarizar e ensinar as crianças. Inclui as pessoas que partilharam conhecimentos e outros tipos de ferramentas, como por exemplo as publicações e a Internet. Inclui as pessoas que fizeram de “leitores críticos” revendo cada rascunho deste Guia de Ferramentas.
E mais importante, inclui as escolas e os professores de vários países que reviram
este Guia de Ferramentas e deram conselhos valiosos e ferramentas adicionais para o melhorar. Assim sendo, aprenderá a partir de muitas outras pessoas. As ferramentas neste Guia de Ferramentas são usadas em várias escolas em muitos países, especialmente países da Região Ásia-Pacífico. Uma das coisas que pode perguntar-se sobre a utilização das ferramentas é: “Como posso usar esta ferramenta específica na minha sala de aula ou na escola?”
Ao desenvolver este Guia de Ferramentas, o desafio colocou-se em saber que termos usar. Muitas vezes, termos diferentes são usados para descrever a mesma coisa. Além disso, um termo pode, por vezes, sugerir uma ideia ou um sentimento não pretendido. Por exemplo, evitámos usar qualquer termo que pudesse referir a discriminação. Tentámos também manter os termos simples, assim como a própria apresentação, de maneira a que seja mais prático e informal.
Para manter o tema deste Guia de Ferramentas, tentámos usar, dentro do possível,
termos inclusivos. Alguns dos termos mais importantes que aparecem neste Guia de Ferramentas incluem os seguintes:
O termo “crianças de origens e capacidades diferentes” é talvez o termo mais abrangente neste Guia de Ferramentas. Refere-se às crianças que estão, geralmente, fora (são excluídas) da educação na escola regular devido ao sexo e às
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características físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas, culturais, religiosas ou outras.
O termo “ambiente de aprendizagem” significa qualquer estabelecimento formal ou informal onde as crianças adquirem conhecimentos e capacidades para usá-los no dia-a-dia. Os ambientes de aprendizagem podem ser escolas e faculdades ou centros culturais, centro de actividades ou clubes sociais.
“Educação inclusiva” ou “aprendizagem inclusiva” refere-se à inclusão e ao ensino de
TODAS as crianças num ambiente formal ou informal de aprendizagem, independentemente do sexo e das características físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas, culturais, religiosas ou outras.
“Amigo da aprendizagem” significa colocar a criança no centro do processo de aprendizagem. Significa também reconhecer que ela ou o seu ambiente de aprendizagem inclui outros actores (tais como professores, directores, pais e representantes das comunidades) que guiam a aprendizagem da criança, assumindo eles próprios o papel de alunos. Num ambiente amigo da aprendizagem as crianças beneficiam não só por si próprias, mas também com os colegas cujas necessidades são igualmente tidas em consideração. Também é um ambiente no qual os professores têm apoio e liberdade para ensinar, onde usam e adaptam novos métodos de ensino e onde os pais e os membros da comunidade são incentivados a participar na aprendizagem dos filhos e no funcionamento da escola.
“Sala de aula” refere-se ao lugar actual onde os alunos se reúnem para aprender com a ajuda de um professor. Pode incluir, por exemplo, salas de aulas formais em escolas públicas, aulas informais à sombra das árvores para as crianças que trabalham, aulas nos centros de juventude para crianças que vivem na rua ou sessões de aprendizagem em casa para as crianças que não podem assistir às aulas, temporariamente ou permanentemente.
Um “professor” é uma pessoa que guia sistematicamente a aprendizagem das crianças dentro de um ambiente específico formal ou informal.
Os termos “estudante”, “aprendiz” ou “aluno” referem-se a pessoas que participam numa aprendizagem formal ou informal. São usados alternadamente neste Guia de Ferramentas.
A expressão “Crianças com deficiências” inclui as crianças com deficiências físicas,
sensoriais ou mentais e que são, muitas vezes, excluídas da aprendizagem escolar. São crianças que nasceram com deficiência física ou psicológica ou que a adquiriram após uma doença, acidente ou outra situação. As deficiências podem significar que as crianças terão dificuldades em ver, ouvir ou movimentar-se e poderão aprender
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mais lentamente e de maneiras diferentes das outras crianças. Em vários países, nem todas as crianças que são identificadas com deficiências são também identificadas como tendo necessidades especiais e vice-versa. No entanto, estes dois grupos não são iguais. As crianças com deficiências são capazes de aprender e têm o mesmo direito à escolaridade como qualquer outra criança. Porém, são muitas vezes excluídas de escolas em vários países da região Ásia-Pacífico.
As expressões “necessidades especiais de aprendizagem” ou “necessidades educativas especiais” referem-se a crianças que requerem maior atenção na aprendizagem. Na maior parte dos países, esta atenção é dada em escolas especializadas ou em salas de aula regulares. Muitos países classificam grupos de alunos diferentes como grupos com necessidades especiais em termos de educação ou de aprendizagem. No entanto, quando estes termos aparecem no Guia de Ferramentas, confirmam a existência desta prática de classificação. Porém, NÃO assume que existe uma verdadeira diferença educacional entre alunos com necessidades especiais em termos de educação ou de aprendizagem e alunos regulares.
“Sexo” refere-se às diferenças biológicas entre homem e mulher.
“Género” refere-se aos papéis sociais que se acredita que pertencem aos homens e às mulheres dentro de um determinado grupo social; por exemplo, “homens como ganha-pão” ou “mulheres que cuidam das crianças”, ou mesmo “homens e mulheres como ganha-pão e que cuidam das crianças”. Os papéis sociais são criados por uma sociedade e são transmitidos de uma geração para outra como parte da cultura social. Como se trata de uma percepção social aprendida (por exemplo, aprendida no meio familiar ou escolar), algo associado ao sexo pode ser modificado ou revertido para atingir a igualdade e a equidade para homens e mulheres. Por outras palavras, podemos mudar os papéis de género de “mulheres que cuidam das crianças” para “mulheres como ganha-pão” e “homens como ganha-pão” para “homens que cuidam das crianças” ou até mesmo “homens e mulheres como ganha-pão e que cuidam da criança.”
“Família” significa a principal unidade social onde uma criança é educada, e
“comunidade” refere-se a um grupo social mais alargado ao qual a criança e a família pertencem.
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COMENTÁRIO PARA OS TRADUTORES E OS ADAPTADORES
Este Guia de Ferramentas foi elaborado primeiramente na língua inglesa. Mas para que possa ser amplamente utilizado, precisa de ser traduzido para várias línguas e adaptado aos diferentes contextos. Para aqueles que se irão adaptar e traduzir este Guia de Ferramentas, lembrem-se dos seguintes pontos importantes.
Este Guia de Ferramentas foi feito para ser apelativo e amigo do utilizador. Por isso, foi escrito num estilo informal, como se se estivesse a falar com um professor em vez de, simplesmente, a escrever-lhe. Deste modo, incentivamo-lo a usar este estilo na sua tradução, em vez de usar um estilo formal e, muitas vezes, demasiado complicado.
Este Guia de Ferramentas foi escrito num tom positivo e encorajador. Queremos
incentivar professores e outros que querem aprender mais, em vez de sermos condescendentes e dizer o que têm de fazer ou o que fazem mal. Mais uma vez, recomendamos que use este tom na sua tradução.
Embora este Guia de Ferramentas tenha sido escrito em inglês, “testámo-lo
previamente” em três workshops regionais (no Paquistão, nas Filipinas e na Tailândia) para nos certificarmos de que não era incompreensível para as pessoas cuja língua materna não é o inglês. Para o tornar compreensível, usa um vocabulário simples. Tentámos, intencionalmente, não usar termos complicados e “jargão” (isto é, palavras ou expressões que certos profissionais podem entender, mas que são difíceis de compreender por outros). No entanto, alguns termos especiais podem ser difíceis de traduzir. Por exemplo, o termo “género” pode não existir na sua língua, mas é importante traduzi-lo com precisão. Se encontrar termos dos quais não tem a certeza de como traduzi-los, verifique com profissionais ou agências que já possam estar a utilizar o termo e já o traduziram anteriormente. Por exemplo, “género” é um termo muito usado nas áreas da educação, demografia, saúde reprodutiva e direitos das crianças. Se, no seu país, os educadores não traduziram o termo (ou não foi traduzido com precisão), certifique-se com outras organizações nacionais e internacionais que trabalham numa destas áreas para saber como traduzi-lo.
Tentámos usar estudos de casos e outras experiências de vários países de dentro e fora da região asiática. No entanto, estes podem não ser adequados para o seu contexto nacional, especialmente se, por exemplo, alguns professores preferem ver exemplos do seu próprio país porque sentem que são mais relevantes. Em tais casos, é necessário procurar outros exemplos e usá-los em vez dos que se encontram neste Guia de Ferramentas. Porém, certifique-se de que se adequam ao que está explicado no texto.
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Globalmente, o conteúdo deste Guia de Ferramentas deve ser relevante no
contexto da sua comunidade. Por exemplo, pode haver a necessidade de incluir outros grupos de crianças que, no Manual de Apoio 3, surgem como rejeitadas pela escola ou dar exemplos locais relacionados com problemas de género, de forma a facilitar a compreensão do texto. Não tenha receio de adaptar o conteúdo deste Guia de Ferramentas, de forma a adequá-lo ao contexto da sua comunidade.
Além disso, o conteúdo deste Guia pode ser relevante para a realidade da vida
escolar no seu país. Por exemplo, em países onde há classes com vários níveis ou classes em que os sexos estão separados, pode ser necessário fazer adaptações ao que é recomendado. Ao adaptar as actividades, as técnicas e estudo de casos às condições da escola e da comunidade local, colabore com professores que já estejam empenhados no desenvolvimento de escolas amigas da aprendizagem ou turmas inclusivas. Podem ajudá-lo a identificar actividades diferentes (ou mais apropriadas), técnicas ou estudo de casos que podem ser incluídos em cada Manual de Apoio e Ferramentas do Guia. Não tenha receio em retirar uma actividade específica ou estudo de caso do Guia original se tiver uma melhor para a sua comunidade ou a sua escola.
Finalmente, quando este Guia de Ferramentas for “novamente refeito”, tem de
duradouro e amigo do utilizador (por exemplo, fácil de fotocopiar, com Manuais de Apoio individuais em vez de um só grande volume). Pode pedir opinião a professores locais para saber como preferem ver o Guia de Ferramentas final.
Annual Influenza Vaccine Consent Form-FLU SHOT and NASAL SPRAY Section 1: Information about Child to Receive Vaccine (please print) STUDENT’S NAME (Last) STUDENT’S DATE OF BIRTH month_________ day________ year __________ PARENT/LEGAL GUARDIAN’S NAME (Last) STUDENT’S AGE STUDENT’S GENDER PARENT/GUARDIAN DAYTIME PHONE NUMBER: SCHOOL NAME Section
Question 326 ETIOLOGIE ET TRAITEMENT DES PARALYSIE FACIALE PERIPHERIQUES La paralysie faciale a frigore ou paralysie de Bell Les paralysies faciales infectieuses Les paralysies faciales otogènes Les paralysies faciales de cause rare, congénitales ou générales Le nerf facial correspond à la septième paire crânienne. Les atteintes périphériques du VII peuvent résulter de lés